De Perdidos a RedimidosExemplo

Um Mundo Perdido

“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (v. 16).Com certeza, não há versículo mais conhecido do que este. É comum, desde a Escola Bíblica Infantil, as professoras ensinarem seus alunos a repetir a passagem do Evangelho segundo João, capítulo 3, versículo 16.

Interessante também é o fato de Jesus estar compartilhando esse ensinamento com um dos principais estudiosos de sua época: Nicodemos. Em Cristo, Nicodemos encontrou o que não havia encontrado em nenhum outro lugar: o sentido para a vida. O mundo sempre esteve em busca desse sentido. Basta ler um pouco de filosofia ou qualquer outro ramo do saber, e facilmente se encontrará alguém tentando entender o porquê de tudo o que acontece nesta vida.

Mas, apesar dessa busca, o mundo continua perdido, sem direção, sem orientação, sem esperança e sem sentido. Jesus foi enviado ao mundo para resgatar a humanidade e dar aquilo que só Ele pode oferecer: redenção.

Eu sei que esse texto é tema de debates acalorados ao longo dos séculos, como, por exemplo, o entendimento a respeito do que realmente significa a palavra “mundo”. Poderíamos discorrer a respeito não somente da questão da expiação limitada, mas também de todos os outros pontos defendidos pelo Sínodo de Dort. Mas, com a devida permissão, gostaria de não entrar nessas discussões — não porque não sejam necessárias, mas porque o espaço não seria suficiente. Permita-me apenas citar três bênçãos que nos alcançaram, baseadas no texto acima mencionado.

Em primeiro lugar, Deus oferece ao mundo perdido um lugar para onde ele pode olhar (v. 14). O versículo em questão fala a respeito de uma situação muito difícil enfrentada pelo povo de Deus no deserto. O texto se encontra no livro de Números, capítulo 21. Muitas pessoas estavam morrendo devido a picadas de serpentes. Então o Senhor orienta Moisés a fazer uma serpente de bronze e levantá-la em um poste, e todo aquele que fosse picado por serpentes deveria olhar para a serpente de bronze e ficaria curado.

Jesus se compara com essa serpente. Ele claramente mostra que essa serpente apontava para o seu sacrifício. Da mesma forma que as pessoas no deserto poderiam olhar para a serpente de bronze e serem curadas, no mundo de hoje, as pessoas picadas pelo pecado podem olhar para Jesus e ter suas vidas transformadas.

Em segundo lugar, Deus, por sua única e soberana vontade, entrega seu Filho para trazer salvação (vv. 16–18). Não havia como consertar o que foi quebrado no jardim do Éden. Após o pecado original, o homem foi completamente corrompido pelo pecado. Não havia como redimir nem o homem, nem a mulher, nem a criação. Mas o Senhor, em seus decretos eternos, já havia, na economia divina, designado o seu Filho para que fosse o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, imolado desde a eternidade.

Ele não veio para condenar o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por meio dEle. Somente por meio do sacrifício de Jesus Cristo o homem, que havia caído no jardim do Éden, poderia ser redimido e ter novamente acesso ao jardim sagrado.

É o Senhor quem vem e alcança o homem; é d’Ele a iniciativa. É o Senhor que ama, é o Senhor que dá, é o Senhor que envia e é o Senhor que salva. O mundo outrora perdido agora conhece a proposta da Redenção.

Em terceiro e último lugar, a condenação e a perdição do mundo se dão pelo fato de não aceitarem o que Deus fez ao enviar seu Filho (vv. 19–21). É incrível imaginar como ainda existem pessoas que não admitem o presente divino. Algumas pessoas e canções falam que o melhor de Deus está por vir, mas eu quero declarar que o melhor de Deus já veio, e o seu nome é Jesus Cristo. Esta salvação é para todo aquele que crê na mensagem do Evangelho.

É certo que sabemos que a resposta do homem, sem a ação do Espírito Santo, será sempre negativa diante da proposta do Evangelho, pois essa mensagem só pode ser aceita pela fé. Isso porque, em vez de trazer exaltação, em vez de engrandecer a sabedoria humana ou de inflar o ego de alguém, ela humilha, quebra, leva ao arrependimento, ao abandono de práticas pecaminosas e a uma vida de santidade, com total compromisso com Deus e com Sua Palavra.

Concluo dizendo que, se você está lendo este editorial ou ouvindo a santa pregação da Palavra de Deus e sente em seu coração algo inexplicável, que o chama de forma irresistível a entregar sua vida ao Senhor Jesus Cristo, faça isso imediatamente. Essa mensagem, esse presente, essa proposta e esse sacrifício foram feitos por você.

O Senhor Jesus o ama e deseja revelar a você o propósito da sua existência. Ele tem algo para lhe oferecer que ninguém mais pode oferecer, algo que você não encontrará em nenhum outro lugar. Entregue sua vida ao Senhor, confie n’Ele, e você começará a viver a vida eterna desde já, neste exato momento e lugar.

Que Deus o abençoe, em nome de Jesus.
Amém, amém e amém.

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Questões para edificação

1. Por que Deus enviou Seu Filho? (v. 17)

2. O que significa a comparação de Jesus com a serpente no deserto? (vv. 14–15)

3. Você tem refletido o impacto do sacrifício de Cristo em suas ações cotidianas?

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Pr. Arieuston Gomes de Araújo Netto, pastor auxiliar na Igreja Presbiteriana de Manaus