Esperança na MadrugadaExemplo

Talvez suas noites de sono também estejam impossíveis. O relógio muda de hora, mas o motivo da sua vigília continua o mesmo: um bebê que chora, um corpo cansado, uma mente exausta. Você se pergunta como vai conseguir seguir adiante, porque tudo em você clama por descanso — e, ainda assim, você permanece.

Antes da maternidade, se alguém tivesse me dito que o corpo suportaria tantas noites em claro, eu teria duvidado. Mas aqui estou — moída, sim, mas sustentada por Alguém muito maior do que minhas forças.

A maternidade, quando vivida diante de Deus, se torna um caminho de santificação. É o lugar onde somos quebrantadas, mas nunca esquecidas; provadas, mas nunca abandonadas; cansadas, mas sustentadas pelo Deus que nos vê. É aqui, na rotina escondida, que aprendemos a depender menos de nós mesmas e mais do Senhor.

Foi em uma dessas noites acordadas, que me lembrei das palavras de Paulo em Romanos 12:1:

“Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês.”

Paulo havia acabado de falar sobre as misericórdias de Deus — sobre o evangelho que nos alcança, a graça que nos salva e a fidelidade de um Deus que não desiste do Seu povo. E é nesse contexto que ele nos convida a oferecer o nosso corpo como sacrifício.

E o que nós, mães, temos a oferecer? Nossos braços que acolhem, nossas costas que carregam, nossos olhos que vigiam, nosso sono que é interrompido, nossos dias e noites que parecem não ter fim. Aquilo que parece tão pequeno e repetitivo pode se tornar santo quando oferecido diante de Deus. Esse é o culto racional: viver de forma entregue, até nos gestos mais simples de amor.

Paulo também nos lembra em Romanos 8:17:

“Se somos filhos, então somos herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, se de fato participamos dos seus sofrimentos, para que também participemos da sua glória.”

Isso significa que, quando nos doamos em amor, mesmo na exaustão, participamos da vida de Cristo. Às vezes chamamos de “sofrimento” o que, na verdade, é privilégio: amar, nutrir, proteger, se entregar. Cristo sofreu em obediência até a morte. E nós, ainda que em coisas pequenas, somos convidadas a nos parecer com Ele.

É por isso que, em vez de enxergar apenas o peso das noites difíceis, podemos olhar para elas como oportunidades de adoração. Cada vigília pode se tornar um altar, cada suspiro cansado pode ser uma oração, cada lágrima pode ser uma oferta de amor.

Hoje, minha oração é:
“Senhor, ajuda-me a reclamar menos e abraçar mais. A enxergar a bênção escondida até no cansaço. A lembrar que, ao me doar em amor, estou sendo moldada à semelhança de Cristo. E isso é um privilégio.”

Se você, mãe, está passando por noites difíceis, se sente invisível nas madrugadas ou cansada demais para conseguir orar, lembre-se: o Deus que entregou o Seu Filho por você não a deixa sozinha. Ele a sustenta, a cada noite, e renova as misericórdias d’Ele a cada manhã. Até mesmo na escuridão da madrugada, Ele a vê.

Sentiu seu coração tocado por esse devocional?
No meu e-book “Vulnerável” , você vai encontrar 40 devocionais que acolhem mães e gestantes, lembrando que, mesmo nas noites mais cansativas, Deus nos vê, nos sustenta e nos fortalece.
Um convite para descansar na graça Dele, mesmo quando o corpo está exausto.