Esperança na MadrugadaExemplo

Às vezes, a madrugada de uma mãe parece um mar revolto.

Ontem, vacina. Hoje, febre. Choros que não cessam — um se aquieta, outro começa. E eu ali, no meio, com os olhos ardendo, o coração acelerado e a alma cansada.

Há noites em que sentimos que estamos nos afogando. Como se o barco tivesse virado e tudo que restasse fosse tentar manter o queixo fora da água. Uma mãe com dois braços tentando abraçar tudo: o bebê, as crianças, a casa, o dia seguinte.

É um caos. E não apenas fora de nós, mas aqui dentro também. Quando tudo foge do controle, surgem dúvidas, exaustão, culpa, vontade de sumir ou de ser forte — tudo ao mesmo tempo.

Então lembro da tempestade da Bíblia: os discípulos no barco, o vento forte, as ondas gigantes, e Jesus… dormindo.

Dormindo. Porque Ele nunca perde o controle. E quando O acordaram, não foi com orações bonitas — foi com desespero, bem parecido com o nosso no meio da madrugada. E Ele respondeu com paz, calma e autoridade. Com um convite que ecoa até hoje:

“Por que vocês estão com tanto medo? Ainda não têm fé?” (Marcos 4:40)

Este episódio revela algo poderoso: Jesus não apenas acalma as circunstâncias externas — o vento e as ondas — mas também revela quem Ele é. Os discípulos temiam o caos porque viam apenas o mar, mas Jesus mostra que a autoridade divina sobre a criação não depende das tempestades ao redor, mas da presença Dele no barco.

Para nós, mães, isso tem uma aplicação transformadora:

• O “mar” pode ser uma madrugada sem sono, um bebê doente, uma rotina que parece insuportável.
• O “vento e as ondas” podem ser nossas próprias emoções: cansaço, medo, culpa.
• Mas Jesus está no barco, conosco, nos sustentando. Ele nos lembra que podemos enfrentar a tempestade com fé, mesmo que nosso corpo esteja exausto e nosso coração vulnerável.

No meio da minha tempestade doméstica — pia cheia, olheiras profundas, coração vulnerável — lembro: Jesus está no barco. E se Ele está comigo, posso enfrentar o dia. Talvez com choro, talvez com pouco sono, mas com a certeza de que, mesmo em meio ao caos, estou segura.

Quem é este, que até o vento e o mar lhe obedecem?
É o mesmo que me encontra na madrugada.
É o mesmo que permanece comigo durante o dia.
É o mesmo que sustenta cada mãe que se sente à deriva.

Hoje, a confiança não vem do controle sobre o mar, nem da perfeição da rotina. Vem da presença de Jesus no barco. E enquanto Ele estiver comigo, nenhuma tempestade pode me derrubar.