Reino Estranho por Ken CostaSample

Quando Dietrich Bonhoeffer refletiu sobre o significado da cruz, concluiu: “Um rei que morre na cruz deve ser o rei de um reino bem estranho”. Afinal de contas, tudo sobre a vida de Jesus era contrário ao reino que seus contemporâneos esperavam e ao império que Roma tinha criado. Por esse motivo, talvez não seja tão anormal que a natureza do Seu reino seja “estranha” para as percepções dos tempos modernos? É ainda mais fácil de rejeitar um reino assim, especialmente quando onde o rei sofre e aparenta ser fraco e louco.

Brennan Manning disse: “Jesus entrou no nosso mundo como um músico, mas o mundo se perturbou com a Sua música...” Mas os pregos silenciaram a música? Será possível que, naqueles pregos, Deus conseguiu colocar em andamento Sua nova criação e Seu novo plano para o mundo? Será possível que, naqueles pregos, um novo tipo de música poderia ser ouvida?

Qualquer pessoa que olhar para a cruz como se fosse uma imagem única no monitor da sua mente vai pensar que Deus não é amoroso ou poderoso, mas cruel e insensível. Mas quando vemos a cruz como parte da história toda, podemos enxergá-la como uma pastilha brilhante no mosaico divino que é a história de Deus. Podemos ver que essa pastilha nos mostra que Deus não está nos esperando do outro lado do sofrimento. Ele entende as implicações e nos encontra no meio do nosso sofrimento. Talvez nunca venhamos a saber por que Deus permite o sofrimento, mas sabemos que Ele permite que Seu coração se machuque quando sofremos. Para aqueles que creem, para aqueles que abraçam a loucura, Jesus abre uma nova realidade que transforma a pobreza da nossa natureza nas riquezas da Sua graça. É nesse reino estranho que encontramos a graça que nos faz parar de lutar contra uma viga de madeira – a cruz – e que nunca desiste de estender a mão para nos trazer vida eterna.

Nossa fé e nosso chamado não se baseiam na sabedoria humana, mas no poder de Deus. Isso significa que devemos orar todos os dias para que esse reino se faça na terra assim como no céu. Se trata de um convite para carregarmos a nossa cruz, sua loucura aparente e o desprezo que pode vir por causa dela, e para enfrentarmos o poder tolo do mundo com o fato de que há uma maneira diferente de exercer o poder: definido e caracterizado pelo amor.

Oração:

Senhor, agradeço por não haver nenhum lugar e ninguém que esteja fora do alcance do Seu amor. Peço que me dê o poder para resistir à sabedoria do mundo e para viver para o Senhor e para os outros segundo a loucura da cruz. Amém.