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E pediu para si a morteExemplo

E pediu para si a morte

DIA 5 DE 12

Ontem conversamos sobre dois dos quatro tipos de suicídios classificados por Émile Durkheim, hoje, veremos os outros dois e em qual deles Moisés pode se encaixar.

O terceiro tipo é o fatalista, diferente dos dois anteriores, é fruto justamente da sensação de vínculo extremado com a sociedade, o qual é tomado como controle excessivo. Diante da coerção da sociedade – normalmente do Estado, mas também podendo ser visto pelo controle da família –, a pessoa pode pensar que a morte é sua única possibilidade de liberdade. Ou seja, apesar de a pessoa estar plenamente inserida dentro da sociedade, tal inserção é tão sufocante que é sentida por ela como uma verdadeira solidão.

É o caso, por exemplo, de boa parte do alto índice de suicídio de jovens japoneses, os quais se sentem cobrados por suas famílias e pelas responsabilidades sociais que possuem. Assim, estando sob a eterna pressão de renderem ao máximo e serem os melhores, até mesmo as atividades sociais que realizam, ao invés de lhes ajudar, muitas vezes acabam sendo sentidas como novas cobranças debaixo das quais se encontram.

Por fim, o quarto e último tipo, o altruísta, é decorrente também do vínculo extremo entre o indivíduo e a sociedade, a ponto de a pessoa anular-se dentro desta. É quando há uma subordinação completa do indivíduo a fins sociais, vendo sua morte como algo socialmente útil. Um utilitarismo da vida que não é algo a ser valorizado! Sendo assim, apesar do título deste tipo (“altruísta”) poder passar a ideia de que é algo bom, devemos reconhecer que não é o caso.

Tal tipo de suicídio foi, por exemplo, aquele dos kamikazes, pilotos japoneses que lançavam seus aviões contra os seus inimigos na Segunda Guerra Mundial, entregando suas vidas em favor do Japão, que na ocasião lutava pelo Eixo, junto à Alemanha nazista. Outro exemplo são os terroristas do extremismo islâmico, que realizam o suicídio através de explosões, tornando-se “homens-bomba” por ódio religioso e vingança social.

Em ambos os casos, tais suicídios se tornaram úteis para os grupos representados, mas não foram nem de longe boas ações. Ou seja, em ambos os casos, apesar de serem situações claramente terríveis, sendo inclusive suicídios que provocaram a morte de outros, usa-se a designação “altruísta” para se identificar o tipo de suicídio entre os quatro que Durkheim indicou, mas que não deve ser confundido, como se fosse algo bom.

O suicídio de Getúlio Vargas, por exemplo, pode ser pensado como sendo do tipo altruísta, uma vez que em sua carta de despedida teria indicado que morreria para o próprio povo: “Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Dou o primeiro passo a caminho da eternidade e saio da vida para entrar a História”. Mas e quanto ao desejo de suicídio de Moisés, de que tipo seria?

No caso de Moisés, apesar de ele não ter efetivado sua possível intenção suicida, podemos ver a presença de um desejo de suicídio dos tipos fatalista e anômico. Fatalista porque apesar de Moisés ser o líder do povo de Israel, a estrutura social, dentro da qual estava completamente inserido, se apresentava a ele como cobranças sem fim: sua relação com o povo não é mais sentida como uma intimidade ou um relacionamento, mas como um verdadeiro “peso” (Nm 11.11).

Por isso, logo antes de pedir a morte, Moisés declara: “Sozinho, não sou capaz de carregar todo este povo! O peso é grande demais!” (Nm 11.14). Deixa claro, portanto, que é a própria relação social que tem com o povo que lhe causa o sentimento de solidão, de modo que, mesmo ouvindo “todas as famílias reclamando à entrada de suas tendas” (Nm 11.10), se sente sozinho. É a solidão em meio à inserção e cobrança social extrema própria do tipo fatalista.

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Sobre este Plano

E pediu para si a morte

Para além dos casos de suicídio na Bíblia, há também os casos de prevenção ao suicídio: pessoas que quase desistiram, chegando ao ponto de pedirem para si a morte, mas que foram amparadas e cuidadas por Deus. Este plano de leitura traz a história de Moisés e fala sobre o cuidado de Deus na vida deste grande homem. Comece agora!

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